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quarta-feira, 24 de junho de 2015

GUITARRAS E MAPAS

Recebi o seguinte artigo de um amigo, Abimael Cereda Júnior, que editei e o publico aqui, por apresentar algo que nunca havia pensado.
“Não importa o estilo musical que você gosta de ouvir, consumir ou apreciar. Com certeza você já prestou atenção em um guitarrista de blues. Poderíamos ficar horas discutindo – e alguns até brigando – para chegar a nenhum consenso sobre qual seria o melhor do mundo.
Mas, neste momento, pense naqueles guitarristas que, ao tocarem, estão mais que transferindo energia aos dedos e palheta. Artistas que, ao criarem uma música ou interpretarem uma canção, vão além da execução de notas dispostas na partitura; pessoas que utilizam o ‘instrumento’, ‘cabos’ e ‘amplificador’ não como simples equipamentos, mas como extensão do corpo para realizar algo que organicamente não se tem. Chamamos isto de técnica.
B.B. King não nasceu com cordas nos braços ou amplificador no corpo, mas transformou madeira, metais e eletroeletrônicos em extensão física, para além de sua mente e alma: e a chama de Lucille. Coloca em cada nota e bend não só a urgência desta no lugar certo, no momento correto. Sente, analisa e interpreta e utiliza a caixa de ferramentas disponível em seu cérebro.
Você pode entrar em um site, comprar uma guitarra, pedais, amplificador, guias de aprendizado, um ‘jogo’ interativo para o videogame, acessar vídeos na Internet ou mesmo comprar revistas e sair tocando sua música ou riff preferidos; aprenderá técnicas, acordes, dinâmica e tempo. Mas quando e como você atingirá o nível de interpretação daquele que brinca com os sons e, de repente, está criando novidades?
Quando se criam mapas, seja para o cálculo do melhor caminho para a loja mais próxima, para auxílio dos gestores públicos na definição da aplicação de recursos ou para a denúncia sobre um problema em seu bairro estamos utilizando técnicas de Análise Espacial e o mesmo fenômeno dos guitarristas ocorre.
Você pode adquirir o melhor hardware disponível no mercado (desktops, notebooks, smartwatchs); pode adotar mais que um software e uma Plataforma Tecnológica que permite a utilização de técnicas e métodos para coletar, armazenar, modelar, analisar e compartilhar seu problema de negócio – desde a localização dos seus clientes, cálculos de risco ambiental, proposição da criação de uma nova escola; contudo, a componente principal continua sendo o músico
Poderíamos abolir o termo ‘usuário’ e usar ‘cidadão’. Afinal, mapas pressupõem a representação – mesmo que ilustrativa em algumas situações – do Território, vivendo o Lugar.
Temos urgência por respostas territoriais “no local certo, no momento certo”. A utilização da Inteligência Geográfica – integração da Geografia e Tecnologia – pode trazer estas respostas, assim como um guitarrista constrói a melodia pela continuidade de suas notas e, desta construção, a transformação. E, um mapa, vale mais que mil imagens e tabelas.
Ferramentas tecnológicas são aplicadas à Ciência Geográfica desde seu início. Antes a extensão que precisávamos eram bússolas (e alguns pássaros já nascem com ela), barbantes, criação de projeções para planificação, nanquim e tantos outros instrumentos. Hoje, podemos empoderar toda a sociedade como construtora do seu Espaço pelo uso da Inteligência Geográfica.
E então? Tocar é somente técnico? Não. Analisar o Espaço Geográfico utilizando extensões tecnológicas? Muito menos. B.B. King ao interpretar o que talvez seja uma de suas músicas mais conhecidas – Thrill Is Gone – desvela uma nova história a cada show. Que possamos revelar e construir um novo mundo, em plena transformação, que vive em uma relação dicotômica de estabilidade dinâmica. Construamos o Novo!


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