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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

TUDO É GRAÇA!

Há teologias e teologias.
Há quem a chame de doutrina, outros de regras.
Há quem entende de teologia e há quem pensa que entende.
A verdade é que, por pertencer a um campo de domínio geral (a religião), há muitos que se consideram teólogos, na mesma proporção em que há os que se julgam técnicos de futebol. Talvez se pudesse aplicar o ditado: “de teólogo e louco, todos temos um pouco”, ainda que, na minha experiência, tenho visto mais loucuras que teologias.
No campo da teologia, há dois grandes grupos: os teólogos conservadores que só fazem repetir o que alguns iluminados do passado disseram, acreditando que depois deles nada de novo se produziu e o que eles falaram é a nata da verdade. Tenho um amigo que foi fazer um curso de Mestrado e se matriculou em um curso de Teologia Contemporânea. O professor, PhT, começou a descrever o desenvolvimento teológico desde a patrística, chegou a Calvino e encerrou o curso. O meu amigo, indignado porque foi para um curso de teologia contemporânea, questionou o professor e este se saiu com esta pérola: “o último teólogo foi Calvino. Depois dele, só lixo”.
O outro grupo é dos que trazem “novidades”. Este se divide em dois: os que inventam novidades, sem embasamento e coerência (dente de ouro, cuspe santo, unção de Abraão, prosperidade, doença como castigo de Deus, maldição de família, G12, castigo hereditário, adoração ousada, etc.). O segundo subgrupo é dos que ousam fazer perguntas às formulações clássicas e reconhecidas e buscam novas compreensões para a fé. Neste contexto se pode mencionar a Teologia da Libertação, as Novas Cristologias, a Teologia Relacional, Teologia Feminina, Teologia Negra, Igreja Emergente, Ortodoxia Generosa, Teísmo Aberto, Teologia Quântica, etc.
Há outra forma de ver. Há duas grandes correntes de teologia: a da justiça retributiva e a da graça. A primeira tem uma multidão de seguidores. Acho que não exagero se digo que mais de 99% a seguem. A característica desta é que é sinergista: Deus faz a parte dEle e o ser humano tem que fazer a sua. Ouvi no final do ano um pregador se estender por 40 minutos pregando sobre o texto “pela graça sois salvos e isto não vem de vós, é dom de Deus” e ele enfatizava que a pessoa precisava acreditar, crer e aceitar. Era a incoerência absoluta e a negação do que o texto afirmava.
A outra afirma a graça de Deus, o favor imerecido. Não é o pagamento de algo que se faz ou se deixa de fazer, não é o agir de Deus constrangido por alguma circunstância, não é resposta à oração. É o agir motivado somente pelo amor de Deus. A primeira vê as dificuldades, os obstáculos, os períodos de trevas como sinais do castigo de Deus, em função de pecados conhecidos ou ocultos. A segunda vê em tudo a graça de Deus. No dizer de um cântico: “indo e vindo, trevas ou luz, tudo é graça, Deus me conduz”. Ainda que seja no vale da sombra da morte, a presença dEle se faz sentida e a graça se manifesta.
Não há poço que a graça não alcance, não há escuridão que a graça não ilumine, não há pecador que a graça não perdoe. Em Deus, tudo é graça!
Marcos Inhauser