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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

PRIVATIZAÇÃO DO PÚBLICO


Fomos brindados na semana passada com a informação de que o Le Cirque estava usando o espaço público e cobrando pelo estacionamento. Não bastassem as acusações feitas e até agora não esclarecidas, o atropelo da lei em ceder espaço público para lucro privado, percebe-se que a prática da privatização do espaço público é prática useira e vezeira no município.
Quem quiser comprovar esta afirmação, passeie pelo Cambuí à noite e se deparará com a enormidade de cubos de borracha bloqueando estacionamento para não clientes dos bares e restaurantes; vá ao Largo Carlos Gomes e se defrontará com a praça tomada de mesas e cadeiras dos bares que ali existem; vá ao Giovanetti no Largo do Rosário à noite e terá que passar pela rua se quiser passar em frente, visto que a calçada está tomada de cadeiras. O mesmo acontece no Restaurante do Rosário e no Faca Bar, para citar os mais conhecidos. Isto sem contar os prédios e comércio que pintam de faixa amarela a sarjeta para evitar que se estacione em frente a eles.
O problema não reside só na cidade. Em Souzas  e Joaquim Egídio a coisa chega ao paroxismo. A pesquisadora Ana Maria “buscou subsídios para embasar sua dissertação de mestrado. Durante os anos de 2008 e 2009, a pesquisadora percorreu os dois distritos e colheu depoimentos de moradores, empreendedores e visitantes.
Ela detectou que 83% do turismo local referem-se à forma privada. As visitas a fazendas e cachoeiras são pagas ou localizadas dentro das áreas de estabelecimentos comerciais. Apenas 17% são praças públicas e áreas destinadas ao lazer para a população em geral. Ana Maria explica que o fenômeno sempre chamou sua atenção”.
“Nasci em Campinas e lembro perfeitamente quando os distritos eram áreas rurais com muitas fazendas e terras. A partir da década de 70, a especulação imobiliária teve início, acirrando-se no começo de 90 com os apelos ambientais e a associação da natureza à qualidade de vida”. “Com a transformação de boa parte da região em Área de Proteção Ambiental (APA), em 2001, a necessidade criada pelo mercado de aproximar o cidadão das áreas verdes continuou em processo de crescimento, enquanto o esperado era que se mantivessem e estabelecessem limites para a preservação do meio ambiente, permitindo somente o uso sustentável da região. Ao contrário, as áreas verdes passaram a ter status de mercadorias caras, que, na opinião da pesquisadora, não mais permitem que os cidadãos simplesmente as habitem e nelas se divirtam livremente”.
“O reordenamento deste território pelo turismo e lazer e pela especulação imobiliária nos faz pensar que o local onde os distritos localizam-se está sendo encarado como Área de Proteção do Capital”, ironiza.
Em 2009, segundo pesquisa, o número de habitantes passava dos 20 mil e o número de estabelecimentos comerciais chegava a 250. Além disso, até 2008, ainda existiam 16 loteamentos fechados aprovados em Sousas e 6 em Joaquim Egídio. Em todos os casos, as paisagens naturais se mostram moldadas para o consumo, considerando que a APA possui 223 quilômetros quadrados.
Caracterizado pelo turismo gastronômico, rural e ecoturismo, que tem como público classes mais abastadas, a privatização e segregação social ocorrem na região. Ruas tomadas cadeiras, mesas e caixotes, desrespeito à sinalização de trânsito e gente urinando na porta da igreja ou jogando lixo em qualquer parte, fazem o cotidiano destes dois distritos.
O publico se privatizou.
Marcos Inhauser

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

BARRIL DE ALEGRIA

Este é o nome de uma ONG que desenvolve um trabalho com crianças e adolescentes carentes e em situação de risco. Ele abrange os distritos de Joaquim Egídio, Sousas e bairros da cidade de Campinas como o Jardim
São Fernando. O objetivo do trabalho é oferecer a eles alternativa para o desenvolvimento pessoal, interpessoal e resgatá-los da exclusão social, violência, preconceitos, drogas e marginalização através da prática do futebol.
O Barril de Alegria não tem fins lucrativos, foi criado em setembro de 2005 por César Caetano. O trabalho nunca recebeu nenhum apoio da Prefeitura, mas utiliza a praça de esportes Jordão Cesarini, situado a Rua Valentim Santos Carvalho,
no distrito de Joaquim Egídio.
Ocorre que esta praça encontra-se em total estado de abandono pela administração da subprefeitura. Apesar dos constantes apelos e reuniões com o secretário de esportes e subprefeito nada de concreto é feito. Reuniões com vereador e com membros do Conselho Tutelar já foram feitas e o problema persiste. Há a necessidade de se fazer a limpeza da quadra, pintura de todo o complexo, corte da grama e marcação das linhas no campo de futebol, religação da energia elétrica da quadra esportiva e dos vestiários, uma vez que subprefeito cortou o fio que caiu com a queda de um dos galhos de eucalipto. Ao invés de consertar, preferiu cortar a eletricidade.
Existe um processo em andamento dentro da Secretaria de Esportes da Prefeitura
de Campinas, com reunião já feita com o secretário Sr. Petta. Misteriosamente o processo vai e volta dentro dos setores vários da Prefeitura e não se consegue uma definição. A solicitação feita neste processo é que a Prefeitura entregue a manutenção da praça aos cuidados da ONG Barril de Alegria, que buscará parcerias para realizar a manutenção.
Não fazem e não deixam fazer.
Que me perdoem, mas não consigo deixar de me perguntar: não fazem por incompetência, por inapetência, ou por conveniência? Se por incompetência, que se afaste o Secretário de Esportes e o subprefeito. Se por inapetência, que se baixem ordens superiores para que a coisa seja feita. Se por conveniência a coisa me parece mais grave. Seria, por acaso, que, ao transferir a manutenção da praça para a ONG serão menos licitações e tomadas de preço que o poder público terá que fazer e assim menos chances de “tirar uma lasca”. Veja que o raciocínio não é descabido visto que indícios de favorecimento nas licitações e contratos são a marca da administração que saiu e, queira Deus, não seja a da nova administração.
DE qualquer forma, isto é mais uma evidência do descaso e do descalabro que a cidade de Campinas está enfiada, graças à República de Mato Grosso que se instalou com o cego, surdo e mal informado Dr. Hélio. Ele não sabia de nada, não viu nada e nem escutou coisa alguma. Parece que deste mal também padecem o Secretario de Esportes e o Subprefeito de Joaquim Egidio.
Marcos Inhauser