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quarta-feira, 6 de setembro de 2017

EMDR – A cura de traumas

Segue mais um texto do meu amigo Paulo Rückert
EMDR é uma sigla em inglês e significa Dessensibilização e Reprocessamento pelo Movimento dos Olhos.
Em 1987, a psicóloga Francine Shapiro estava passeando num parque da Califórnia. Defrontando-se com lembranças desagradáveis e perturbadoras, ela começou a movimentar os olhos para a direita e para a esquerda; é o mesmo movimento que fazemos no sono REM, quando sonhamos. E ela percebeu que estava ocorrendo uma dessensibilização das emoções desagradáveis.
Esse movimento dos olhos estimula os hemisférios cerebrais. No hemisfério direito predominam as emoções. E o hemisfério esquerdo destaca-se pela lógica e pelo raciocínio técnico.
O equilíbrio neurológico possibilita o processamento espontâneo e natural das informações. A informação útil é armazenada e fica disponível na memória. Mas, uma situação perturbadora e traumática pode ocasionar um desequilíbrio no sistema nervoso. Com o processamento de informações prejudicado, permanecem no cérebro emocional as lembranças disfuncionais.
Mediante o movimento dos olhos é acionada a rede neurológica onde a lembrança traumática ficou presa, e o cérebro é estimulado a reorganizar a lembrança disfuncional e processá-la de forma funcional.  A partir de então, a rede onde o trauma está arquivado passa a cooperar com a rede que possibilita a compreensão das informações. A dimensão emocional e o conhecimento racional passam a trabalhar juntos.
Enquanto os dois hemisférios do cérebro não estiverem cooperando entre si, as emoções traumáticas permanecem travadas. É preciso promover a conexão entre a dimensão emocional e o conhecimento racional. E essa conexão é efetivada mediante o movimento dos olhos.
Francine Shapiro também observou que sons alternados – da esquerda para a direita – nos fones de ouvido, ou palmadas suaves ora na mão direita, ora na esquerda produzem o mesmo efeito.
A pessoa traumatizada é incentivada e relembrar o episódio perturbador. Enquanto a pessoa evoca uma imagem marcante, ela recebe o estímulo, que pode ser visual, sonoro ou tátil. Acontece, então, uma dessensibilização da lembrança traumática. E, também, um reprocessamento das informações no cérebro.
As pessoas submetidas à terapia do EMDR declaram que a lembrança traumática está lá no passado; ela continua existindo, mas não incomoda mais. Livre da carga disfuncional, a memória traumática perde a potência. E a partir de então, a pessoa está em condições de elaborar uma nova compreensão do ocorrido, um reprocessamento.
Em seu livro Curar, o neurocientista David Servant-Schreiber relata que a revista Journal of Consulting and Clinical Psychology publicou “um estudo com oitenta pacientes com traumas emocionais que foram tratados com EMDR”. O médico prossegue: “Nesse estudo, 80% dos pacientes sentiram recuperação de suas síndromes traumáticas depois de três sessões de noventa minutos. Esse índice de recuperação é comparável ao dos antibióticos no caso de pneumonia”. E o neurocientista conclui: “O mesmo grupo de pacientes foi analisado durante quinze meses e descobriu-se que eles desfrutavam daquele benefício quinze meses após o tratamento”.
Os resultados terapêuticos do EMDR são reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A terapia é breve e eficaz, como mostram os vídeos na internet.
Assim como o corpo pode curar a si mesmo, quando nos machucamos, também a mente pode se restabelecer, afirma Francine Shapiro. E nós acrescentamos: “Graças a Deus”.