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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

AFORISMOS BRASILIANOS

Diante da profusão de revelações, notícias, imagens, mentiras e desmentidos, especialmente os ocorridos nos últimos dias, alguns aforismos foram cunhados (“há malas que vem para o DEM” é um dos muitos exemplos que poderiam ser citados). No intuito de colaborar com esta obra descritiva em palavras mínimas, trago minha modesta contribuição.
Do jatinho ao quartinho
Joesley indo na quinta a Brasília em seu jato particular para depor à PGR e na segunda sendo confinado a um quarto sem janela e banheiro na Polícia Federal de Curitiba.
O franciscano milionário
O Geddel, depois de pilhado com a dinheirama, é preso, sai de casa e vai à PF em Curitiba vestindo uma blusa branca onde se lê “San Francisco”. Seria por ironia, por gozação ou porque ele acha que os 51 milhões é pouco!
Transparência de bêbado
O Joesley afirmando que a gravação é conversa de bêbado e, ao mesmo tempo, que a gravação deveria ser tomada a sério porque mostra o desejo de transparência que os delatores têm.
“Nóis num vai ser preso”
Mantra repetido pelo indigitado, como se a repetição dele os livrasse da cadeia. Igual a este mantra há outros repetidos à exaustão pela maioria das pessoas e que são tão ineficientes quanto: “vai dar tudo certo”, “você vai sair desta”, “depois da tormenta o arco-íris”, etc.
Juiz só fala nos autos
Máxima jurídica diariamente quebrada pelo Gilmar Mendes, que se sente no direito de dizer o que pensa sobre tudo, e emite sentenças difamatórias contra o Janot, fora dos autos. Os amigos da máfia do transporte no Rio são habilitados ao benefício da dúvida e ao habeas corpus duvidoso e o Janot é execrado publicamente.
A Constituição é para ser cumprida
Que se ensine isto ao Gilmar Mendes e ao Lewandovsky, pois os dois a rasgaram no episódio do impeachment (cassou o mandato sem perda dos direitos políticos) e no julgamento da chapa Dilma-Temer no TSE.
O juiz fala e julga com base nos autos
Não foi o que aconteceu com o julgamento da chapa Dilma-Temer, pois apesar das inúmeras provas apresentadas pelo relator, os autos foram deixados de lado e o julgamento legal passou a ser político e, para mim, deveria ir para a área criminal.
Todas as contribuições foram declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral
Sabe-se desde há muito que as declarações dos candidatos à Justiça Eleitoral é uma peça de ficção. O que aconteceu com as doações feitas por mortos e beneficiários do Bolsa Família?
É perseguição política
Como conseguir que três ou quatro juízes federais, mais a PGR, PF e STF se orquestrem para perseguir uma única pessoa ou partido?
Invalidada a delação, invalidados estão os documentos e áudios
É o que muitos gostariam que acontecesse. Se mentiram ou omitiram na delação, o que apresentaram é também mentira, logo a voz do Temer, Aécio e outros nas gravações devem ser mentira.
Bandidos constroem versões em busca de perdão
A legislação sobre a delação premiada castiga quem não apresenta provas do que fala ou acusa. Não apresentando as provas, a delação é um tiro no pé. Por outro lado, os que assim afirmam são mestres na mentira, mesmo diante das evidências e provas. Também mentem para não ser incriminados.
A melhor defesa é o ataque!
Que o diga o advogado de Lula e o próprio Temer.
Do círculo de amigos próximos ou estão no ministério ou estão na prisão!
É hora do TREMER!
Marcos Inhauser

quarta-feira, 26 de julho de 2017

COMUNICAÇÃO CANSATIVA


Ouvi hoje a entrevista do ex-jogador são-paulino que volta ao time, o Hernanes. Em quinze segundos de fala ele repetiu três vezes o advérbio “realmente”. Irritante!

Cada vez que ouço alguém falando e usa um dos cacoetes (serão mesmo cacoetes?) como “realmente”, “na verdade”, “neste momento”, “ entendeu?”, “né” passo a contar quantas vezes a pessoa vai repetir o irritante cacoete. Tem gente que diz que sofro de Transtorno Obsessivo Compulsivo, mas acho que é implicância com coisas que só fazem irritar.

Dou alguns exemplos: um repórter da CBN Campinas, quando do acidente com o barco na Lagoa do Taquaral e que lá estava para reportar o que estavam fazendo, falou em sua intervenção (que durou uns dois minutos) mais de quinze vezes a expressão “neste momento”. Uma repórter da mesma rádio, em uma fala de 30 segundos mais ou menos, repetiu o “realmente” sete vezes. Uma psicóloga dando uma entrevista na televisão, repetiu nada menos que 28 vezes o “realmente”.

Quando uma pessoa começa a frase com o “na verdade” eu me ponho na defensiva: ele quer me convencer de que está falando a verdade e que o que ele fala não pode ser questionado. Se ele começa com “na verdade” como posso duvidar do que diz? Como posso questionar? A melhor atitude para os que usam o “na verdade” é ficar quieto e engolir o que falam, mesmo que seja asneira. Digo isto porque já tentei questionar e me dei mal e quase perco um amigo.

Dependendo do que a pessoa fala, o “neste momento” é desnecessário. A descrição feita pelo repórter era feita em cima dos fatos e dizer “neste momento” era redundante. Só podia ser naquele momento. E pela redundância e pela repetição tornou-se cansativo. Já ouvi muitas vezes em igrejas esta expressão: “neste momento” vamos ter uma oração ... Desnecessário!

Mas o que me irrita e me coloca na defensiva é a repetição do “entendeu”. Para mim, o que a pessoa está me comunicando é que o que ela está dizendo é tão complicado ou profundo que ela precisa se certificar de que estou entendendo a sua colocação. No fundo, é uma forma de me depreciar. Se você disser para sacanear: “não, não estou entendendo” a pessoa se perde na sua fala ou, o que é pior, vai tentar explicar o óbvio que está dizendo. Mesmo porque, todas as vezes que vi alguém empregando com insistência o “entendeu” não estava dizendo nada mais que obviedades.

Acho que esta minha implicância e o contar as vezes que as coisas se repetem se deve a uma experiência da juventude. Tive um professor de química que abusava do “né”. Os alunos faziam um bingo para ver quem mais próximo chegava da quantidade de “né” que ele proferia em uma hora de aula. Três estavam encarregados de contar e se tirava a média das contagens porque a gente às vezes perdia um ou outro. Quem mais próximo chegasse do número aferido, ganhava a bolada das apostas feitas. A média era de 250 por hora!

Para mim o “né” é manipulador: é uma contração do “não e?” e o uso dele implica em me fazer concordar com o que a pessoa está falando, sem ter chances de questionar.

Na verdade, realmente fui chato neste momento, né? Perdão!

Marcos Inhauser