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terça-feira, 10 de agosto de 2010

AMIGOS DE JÓ

Certa feita recebi a notícia de que um garotinho de seis anos que estava trazendo a família à igreja havia falecido por afogamento. A notícia me pôs em estado de choque. Mal refeito do susto, a primeira coisa que passou pela minha cabeça naquele momento foi: o que falar para os pais para consolá-los. Tenho a impressão que esta pergunta ou similar já foi feita por muita gente. É nestas horas que se conhece uma pessoa que é líder de uma que é gerente, liderada ou comandada. Quero apresentar um exemplo bíblico de pessoas que se envolveram com situações difíceis e como se saíram. O exemplo é o dos três "amigos" de Jó. O texto bíblico nos narra que "combinaram ir juntamente condoer-se”de Jó pois este passara por provação muito grande. Estavam preocupados com as perdas que Jó havia sofrido (bens, propriedades, filhos), sabiam que ele estava em depressão, não estava comendo e se lamentava o dia todo. Para consolá-lo lá se foram os amigos. Mas o que se vê depois de sete dias e noites de silêncio é uma seqüência de repreensões a Jó, receitas e expliacções dos atos de Deus. Era um interminável falar, repreender, censurar, insinuar. Os amigos queriam explicar o que Deus tinha feito, queriam que Jó se conformasse com a tragédia. Jó lhes disse: "Já ouvi tudo isto antes; em vez de me consolarem, vocês me atormentam. Será que estas palavras ocas não têm fim? Porque vocês não param de me provocar? (Jó 16.1-3, Bíblia na Linguagem de Hoje) . Muito embora houvesse neles a disposição ajudar num momento de crise, não o lograram porque se preocuparam em explicar Deus, em censurar a Jó e em dar receitas de como Jó deveria agir para sair de tal situação. Não se identificavam com ele na dor que tinha, não houve neles a solidariedade com o amigo sofredor, não conseguiram sentir na própria pele a dor pela qual passava o amigo. Não exerceram efetivamente a consolação porque tinham somente um palavrório, um "receituário", uma coleção de explicações para os atos de Deus. Nas vezes em que Jó quis expressar seus sentimentos diante da perda de seus filhos e bens, foi repreendido, exortado. Há muitos que se sentem tão entendidos de Deus que reproduzem o martírio de Jó ao se colocarem na situação de seus amigos. Explicam o inexplicável, interpretam o imprevisto, tentam colocar lógica no absurdo. Que Deus nos livre dos amigos de Jó e suas interpretações que nos culpabilizam ainda mais. O Deus da graça não precisa de inquisidores, nem acusadores. Ele nos dá colo, o que muitos profissionais da religião não sabem fazer. Marcos Inhauser