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quarta-feira, 19 de julho de 2017

RECUPERANDO


Como não tenho feito outra coisa que ficar de molho, a cabeça tem trabalhado! E, por estar vendo notícias até não mais poder, o que tenho pensado e refletido tem conexão com o que escuto que está acontecendo, relacionando com meu estado de saúde.

Se há algumas semanas a palavra da semana foi “ilação”, a desta, ao que parece é “recuperação”. Nisto estou: em processo de recuperação de uma Trombose Venosa Profunda que me obstruiu cinco veias da perna esquerda. A cada dia é uma expectativa nova de que a coisa esteja melhor, a cada movimento mais ousado fico esperando a reação, se favorável ou não. Fui fazer os exames requeridos e a primeira coisa que fiz foi ver a data dos resultados. Frustrei-me com um que só deve sair em meados de agosto. É muita espera para saber com clareza o que aconteceu. Imagino que não me deixarão livre e solto até lá. Um martírio!

Fico entre o desejo e a consciência da gravidade. Ela me faz repousar (ainda que a contragosto). Ele me move a querer fazer coisas, trabalhar e ser o que sempre fui: elétrico. Os sinais de melhora, por mais imperceptíveis que possam ser, e alguns deles só eu sinto, são comemorados, a expectativa de pronto restabelecimento é aquecida e o desejo de voltar à normalidade é promovida.

Vendo os noticiários percebo que o Temer também está no mesmo. Acometido por várias tromboses incriminatórias, fruto de seu comportamento questionável no trato das questões políticas e republicanas e também pelo DNA da política brasileira que tem o cromossomo da corrupção, ele teve que entrar na UTI da CCJ e manobrar como pode para se safar e tentar voltar à normalidade. Trocou diagnósticos, médicos, remédio e, de uma forma bastante questionável, safou-se da UTI, ainda que haja um novo exame detalhado a ser feito pelo plenário da Câmara.

Ganhou uns dias de “aparente” recuperação que só ele e seus asseclas percebem e propagam aos quatro ventos. Sinais mínimos são hiperbolizados nas mídias sociais, meio escolhido para dizer o que quer e não ser questionado de pronto por jornalistas, tal como se dá nas coletivas. Os pronunciamentos pasteurizados e feitos sob encomenda, onde marqueteiros regiamente pagos cuidam da “imagem”, de forma a mostrar que o paciente está bem, quando está moribundo.

Um 0,001% em alguma coisa é vendido como se o trem estivesse voltando aos trilhos. A criação de alguns postos de emprego (desprezíveis diante da massa de desempregados) é anunciada como a recuperação do paciente e da economia. Faz-se um processo seletivo dos dados, uma vez que nada se fala da queda do PIB, das projeções que diminuem a cada semana. Uma recuperação desejada pelo paciente, mas não referendada pelos diagnósticos.

O Temer e eu estamos na mesma (guardadas as devidas proporções e natureza da enfermidade). Ambos queremos a recuperação imediata, como se ela viesse por um passe de mágica, num estalar dos dedos. Ambos aguardamos resultados de exames feitos e olhamos a cada dia para os indicadores para buscar sinais mínimos de melhora. As semelhanças param aqui. Eu tenho gente orando por mim e querendo que eu melhore. Ele tem gente querendo que seja comido pela enfermidade e que não se recupere. Eu não suborno médicos e não dou verbas extras para garantir diagnósticos favoráveis. Confio no meu Deus. Ele confia no Padilha, Moreira, Geddel, Marun, Perondi, etc. Eu tomo remédios. Ele, ao que me parece, está tomando veneno.

Mas, ao fim e ao cabo, pensando que o enfermo também é a nação brasileira, oro por mim e pela nação para que ambos nos recuperemos prontamente!

Marcos Inhauser

quarta-feira, 12 de julho de 2017

TROMBOSE POLÍTICA


Eu já tinha sido alertado, mas a coisa me pegou feio. Tenho uma mutação genética conhecida como Fator de Leiden ou Fator V que causa uma predisposição à hipercoagulabilidade e à trombose. Isto ocorre pela interferência na atuação da proteína C. A mutação é mais comum na população da Europa e nos descendentes. Dizem que 5% da população tem isto, mas que não é comum em latino americanos, africanos e asiáticos.

Na semana passada tive uma Trombose Venosa Profunda (TVP) com direito a UTI e hospital e recomendação de repouso absoluto. Um trombo se formou e se alojou na veia da perna esquerda. O sangue era bombado e levado até ela pela artéria, mas o retorno era prejudicado e obstaculizado pelo entupimento da veia, o que gerou um inchaço e dores decorrentes. Confesso que me assustei com a coisa, mais por ter que ficar em repouso.

Diante do repouso forçado, tive tempo para ver as notícias, ler coisas e refletir. Acabei por concluir que a política brasileira sofre do mesmo mal. O sangue cheio de oxigênio é enviado aos órgãos. Há o voto popular, o pagamento dos impostos e taxas, mas existem trombos que impedem que o resultado da oxigenação seja completo porque a corrupção entope os canais normais de funcionamento. Há o inchaço e a dificuldade de funcionamento pleno. No setor público a trombose se chama burocracia, propina, apadrinhamento, indicação política, esquemas, caixa dois, sobra de campanha, etc.

O remédio é tomar algo que vá “desfazendo” o trombo, para que a circulação volte ao normal. No meu leigo entendimento, este “desfazimento” precisa ser cauteloso e lento para que o processo não espalhe pedaços do trombo por outras partes. No caso da política brasileira, acho que o processo está se dando pela Lava Jato. Ela tem trabalhado constante e regularmente, com a velocidade que a complexidade amerita, retirando trombos da circulação e, especialmente recuperando o oxigênio que se perdeu durante os anos em que a trombose correu solta nos mais vários órgãos e segmentos da vida pública brasileira.

Ocorre que, a cada dia, somos alertados por mais um Ecodopler feito pela Polícia Federal ou PGR, dando conta de alguma outra artéria ou veia que está entupida ou com circulação dificultada. Os médicos/políticos charlatães vão dizer que há perseguição política, que os diagnósticos são obra de ficção, que se se retira o trombo todo o corpo pode sofrer, que o estado trombótico é antigo, que há uma trombofilia no DNA da política, que o diagnóstico é maluquice, que os remédios são amargos e com sérios efeitos colaterais, que se se viveu até agora assim, porque querer mudar o DNA do fator coagulante?

Estamos às voltas com mais um Ecodopler que mostra um trombo na artéria principal do corpo público: o trombo chamado Temer. Ontem, por causa do repouso, tive tempo e paciência para assistir toda a sessão da CCJ. Fiquei estarrecido com as manobras feitas para preservar o trombo que obstaculiza a livre circulação. Trocaram peças, feriram a ética, alegaram o escambau para dizer que o trombo da nossa aorta não é trombo, mas ficção de uma equipe médica desqualificada. Negaram a qualidade do aparelho que trouxe os indícios, que o exame é viciado e o diagnóstico é irreal. Trocaram os auditores por gente mais maleável, que mudou a visão porque colocaram à frente do diagnóstico alguns cifrões e cargos.

Esta trombose temerosa precisa ser tratada e o coágulo retirado o quanto antes, para que a oxigenação volte a ocorrer. Meu medo é que entre outro trombofílico no seu lugar. Aí seria de Maia para a minha cabeça!!!!

Marcos Inhauser