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quarta-feira, 17 de julho de 2013

ACUSAÇÕES LEVIANAS

Um amigo pastor, residente de em uma pequena cidade do interior paulista, muito dinâmico e carismático, em pouco tempo ganhou respeito e notoriedade. Como a cidade enfrentava sérios problemas de corrupção, especialmente na Câmara Municipal, convidado e instado por cidadãos e políticos, decidiu lançar-se candidato, crendo que poderia ter uma atuação ética e que contribuiria para uma mudança na política local.
Tão logo seu nome apareceu como candidato, começou a receber uma saraivada de críticas, especialmente de pessoas evangélicas e membros de sua própria igreja. Diziam que ele estava se vendendo, que tinha cedido à corrupção, que o que buscava era ficar rico, assim como os demais. Assustado com a reação pensou em abandonar, mas também pensou que seus atos, caso fosse eleito, mudariam a opinião dos seus detratores.
Foi eleito com expressiva votação, sendo o segundo mais votado na cidade. As críticas não diminuíram. Já no primeiro ano estourou um escândalo no qual ele não estava envolvido e isto estava fartamente demonstrado. As críticas se acentuaram, com pessoas dizendo que ele era muito esperto e por isto não o haviam flagrado. Tantas foram as críticas e denúncias infundadas que, mesmo tendo amplas chances de ser reeleito ou até mesmo concorrer para prefeito, desistiu da política.
Conheço outra pessoa, também pastor, que uma noite recebeu uma chamada telefônica de pessoa de sua relação, que lhe pedia/exigia que ele desse algumas informações, que o mesmo, naquele momento, estava impossibilitado de dar. Para sua surpresa, a pessoa começou a acusá-lo de coisas absurdas.
Ele confessava que a pessoa detratora nunca o havia ouvido pregar, nunca havia participado de sua comunidade e, talvez, nunca tivesse lido qualquer coisa que ele tivesse escrito. Mesmo assim se sentia no direito e em condições de emitir juízos severos sobre seu ministério e a coerência dele. Com lágrimas ele confidenciava: “como posso ser acusado por alguém que mal me conhece? E meus anos de ministério? E os frutos que já tive foram parar onde?”
A coisa não é nova. Em estudos que estamos fazendo em Atos dos Apóstolos, Paulo também foi vítima de acusações levianas. Tantas foram as críticas que ele escreveu algumas cartas à igreja de Corinto para se defender e defender seu ministério.
Ninguém há que seja inculpável. Paulo, escrevendo aos Gálatas disse “que se uma pessoa chegar a ser surpreendida em algum delito, os que são espirituais o corrijam com espírito de mansidão, olhando para si mesmos, para que também não sejam tentados.” O mesmo, escrevendo aos Corintos que o acusavam disse: “Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia”.
Estas considerações me fazem recordar o saudoso Rev. Joás Dias de Araújo em uma frase que costumava repetir: “o ministério pastoral é um mistério”. A partir dela cunhei outra: “o pastorado é a arte de levar pancadas e distribuir sorrisos”.
Agostinho disse que a vocação é irresistível. Calvino disse que a vocação é eficaz. Jeremias disse: “Não ... falarei mais no seu nome; mas isso foi no meu coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; e estou fatigado de sofrer, e não posso mais” (Jr 20:9).
Só a graça de Deus nos mantém no ministério.

Marcos Inhauser