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quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

O ÓBVIO EM 2018

Não precisamos de muito esforço para saber que algumas coisas vão acontecer em 2018. São coisas óbvias. A primeira delas é que, durante o ano, presidente Temer vai mudar de opinião muitas vezes e vai voltar atrás em várias decisões. Ele é especialista em marcha à ré. Deu inúmeros exemplo disto em 2017 e deixou algumas coisas já engatilhadas para 2018, especialmente no que se refere à reforma da Previdência. Não duvido que até possa voltar atrás na sua decisão de não concorrer nas próximas eleições. Seria ótimo: seria sepultado pelos votos ínfimos que teria.
A segunda obviedade serão os Habeas Corpus que o Gilmar Mendes dará, liberando corruptos e corruptores. Em sua cruzada quixotesca, está brigando com moinhos de vento e dedicando suas façanhas à Dulcinéia, mulher fictícia, que ele crê, admira sua beleza, impostação vocal e atos de “bravura”. No masculino ela se chama Narciso. Também se pode ter a certeza pristina de que atacará os ministros Barroso e o Fux e se aliará ao Toffoli, próximo presidente do STF. De igual maneira, é óbvio que criticará a condução do ministro Fux à frente do Tribunal Supremo Eleitoral, pela simples razão de que não permitirá que o mesmo tenha todos os holofotes do processo eleitoral sobre ele.
A terceira obviedade está na atuação do Congresso. Pode-se esperar ausências múltiplas, sessões vazias, votações mínimas e de nada que os comprometa (se é que algum dia votaram pensando no povo). Deste Congresso pode-se esperar também que surjam manobras e maracutaias visando o indulto pelos crimes praticados, cujo balão de ensaio foi colocado no indulto presidencial, revisto pela iniciativa da PGR, Raquel Dodge.
A quarta obviedade serão os discursos repetitivos, já conhecidos à exaustão, dos candidatos aos cargos eletivos. Os temas que serão óbvios: educação, saúde, segurança pública, combate à corrupção, enxugamento da máquina estatal. Os candidatos, até onde se pode ver, são os óbvios e já conhecidos, que nada de novo trarão à instituição, seja do Congresso ou da presidência. O óbvio é que teremos mais do mesmo.
A quinta obviedade serão as notícias sobre a precariedade dos sistemas de saúde e educação, a falta de verba para segurança pública, a quebradeira dos estados em um processo de plágio do modelo fluminense e gaúcho. A isto acrescente-se as notícias sobre o déficit público e a liberação descabida de verbas por parte da presidência para safar-se de uma agenda tóxica que ele tem sobre si, criada por ele mesmo.
A sexta obviedade, e esta bem-vinda, serão as notícias sobre novas prisões julgamentos de pessoas envolvidas em escândalos de corrupção. Que sejam muitos os presos, investigados e condenados, mesmo porque, à luz do que já se sabe, ainda há muita sujeira debaixo dos porões dos desgovernos.
Minhas esperanças óbvias e, creio, as mesmas de muitos brasileiros: que a Lava Jata continue com força e vigor, que a Lava Jato do Rio seja tão ou mais eficiente que a de Curitiba, que os casos enviados para as varas do DF sejam julgados segundo os padrões estabelecidos nos casos anteriores já julgados, que a prisão em sentença confirmada por segunda instância seja confirmada como normativa, que os intocáveis Jucá, Renan, Maia, Padilha, Moreira Franco, Eunício e outros sejam alcançados pelos braços da Justiça, que haja sangue novo e novidade na forma de se fazer política.
Marcos Inhauser